Sou eu guardador do meu irmão?

Os primeiros capítulos do livro de Génesis apresentam-nos vários pecados que foram cometidos pelos nossos primeiros antepassados.

O capítulo 4 de Génesis conta-nos a história do primeiro homicídio. Após Deus não se ter agradado da oferta de Caim da mesma maneira como se agradara da oferta de Abel, Caim irado começa a cogitar em matar o seu irmão.

Sabendo da sua intenção, Deus aborda Caim:

E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
Génesis 4:6-7

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Perdoa-me! Ainda não consigo…

water

No capítulo 5 do segundo livro de Reis é-nos apresentada a história de Naamã, um poderoso comandante do exército da Síria. Tragicamente, este herói de guerra era leproso. Uma das suas servas, uma menina israelita, fala-lhe do profeta que pode curar a sua lepra.

Naamã fala com o seu rei e vai para Israel em busca da sua tão desejada cura. Ali ele é humilhado pelo profeta Eliseu, que nem o recebe pessoalmente. Mas, apesar de inicialmente manter o seu orgulho, Naamã acaba por se humilhar mergulhando 7 vezes no rio Jordão. E é na sua humilhação que ele tem encontro com o Deus verdadeiro.

“Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que aceites uma bênção do teu servo.”
2 Reis 5:15 (ênfase minha)

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70 x 7

Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Mateus 18:21,22

Em Mateus 18, Jesus fala acerca do perdão. Ali Jesus manda-nos perdoar os nossos irmãos 70 x 7 vezes, ou seja, continuamente. Perante situações reais, este mandamento pode tornar-se muito difícil de cumprir.

Para nos facilitar a tarefa, Jesus conta uma parábola onde nos dá a entender que a dimensão do perdão que Deus nos oferece é muito maior do que o perdão que algum dia iremos ter que oferecer aos nossos irmãos.

Para quem vive com o sentimento de culpa pelo seu pecado, o que Jesus diz no versículo 22 deve ser motivo de alento. Se Jesus nos lança o desafio de perdoarmos até 70 x 7 vezes, é porque Deus está disposto a perdoar-nos o nosso pecado ainda mais vezes. Resta-nos o arrependimento sincero e descansar nesse perdão.

Preferes o fruto ou a árvore?

Oliveira com azeitonas

O início do capítulo 11 de Lucas fala-nos acerca de oração. Depois de ver Jesus orar, um dos seus discípulos pediu-lhe que os ensinasse a orar. Jesus ensinou-lhes então uma pequena oração modelo:

E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.
Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano;
E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve, e não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal.
Lucas 11:2-4

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Purim, as sortes foram lançadas

Por esta altura do ano, os judeus celebram a festa do Purim. O livro de Ester conta-nos a história desta festa. O Purim não é uma das 7 festas instituídas por Deus, mas celebra o livramento que Deus deu ao seu povo judeu que se encontrava sob o domínio do império medo-persa. Apesar de não conter referências diretas ao nome de Deus, é notória a Sua presença no desenrolar dos acontecimentos narrados neste livro.

Ester era uma jovem judia que ficou órfã ainda cedo e foi criada pelo seu primo, Mordecai (Ester 2:7). O livro não conta o que se passou com os pais de Ester nem como foi a sua infância mas certamente não terá sido fácil. Ester foi escolhida pelo rei para ser a sua esposa. Contudo ela não revelou que pertencia ao povo judeu, seguindo a ordem do seu primo.

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O que é que Jesus escreveu na terra?

A passagem de João 8:1-11 relata-nos um episódio no qual Jesus foi requisitado para julgar o caso de uma mulher apanhada em adultério. Diz-nos a passagem que esta situação foi um teste feito pelos escribas e fariseus. Segundo eles, a lei de Moisés determinava que esta mulher fosse apedrejada. Perante esta situação, Jesus inclina-se e começa a escrever com o dedo no chão.

Todos sabemos que no final esta mulher não foi apedrejada porque nenhum dos escribas e fariseus ousou atirar a primeira pedra. Jesus também não condenou esta mulher, dizendo-lhe para partir e não voltar a pecar. Mas, afinal, o que escreveu ele na terra?

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É tão difícil!

Jeremias confronta o rei (artista desconhecido, 1873)

No meu artigo anterior, O fundo do poço, falei sobre o exemplo do profeta Jeremias. Ele foi capaz de sofrer as consequências de ser fiel no seu ministério. Esse artigo terminou com o grande desafio de pregarmos a palavra de Deus, sem rodeios nem floreados. Mas, como se diz normalmente: é muito fácil falar. O difícil é fazer!

Quando revemos histórias como a de Jeremias, podemos facilmente pensar que ele tinha condições mais favoráveis que as que temos hoje. Afinal, Deus falava com ele diretamente. Mas será que o facto de ouvir Deus diretamente tornou as coisas assim tão mais fáceis? Quando Deus falou com Jeremias pela primeira vez, ele ainda era uma criança. Nessa altura, vemos que a atitude inicial foi bem diferente da que vimos no artigo anterior.

“Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino.”
Jeremias 1:6

Como é que alguém que dá este tipo de desculpas, pode ser usado por Deus da forma que Jeremias foi?

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O fundo do poço

Ao começar um novo ano, é normal fazermos resoluções que implicam uma mudança de atitudes ou de hábitos. Esta é a época ideal para isso. Traçamos planos para que o novo ano nos corra de feição. Mas, se formos realistas, também tentamos antecipar alguns dos desafios que aí vêm. Procuramos assim estar preparados para enfrentar essas adversidades.

No novo ano, em situação normal, não esperamos chegar ao fundo do poço nem ficar enterrados na lama. A acontecer, isso tornaria esse ano inesquecível pelas piores razões. Chegar ao fundo do poço é quase sempre encarado como negativo, péssimo ou catastrófico. Mas, e se não for sempre visto desta maneira? E se chegar ao fundo do poço for um bom sinal? Poderá isto ser possível?

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Jesus, és o Messias?

E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno. E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
João 10:22-24

Na festa da dedicação (ou chanuká em hebraico), os judeus celebravam a vitória sobre o exército de Antíoco IV Epifânio, o maior exército da época. Ele procurou helenizar o território de Israel, proibindo o culto judaico. O Shabbat, as restrições alimentares, a circuncisão e o estudo da Torá foram proibidas. Ele profanou o Templo ao instalar lá uma estátua do deus grego Zeus e sacrificando porcos (animal imundo segundo a lei).

Por causa dessa imposição, Matatias (um sacerdote) e os seus 5 filhos iniciam uma revolta contra o poderoso exército opressor. Esta família é conhecida como os Macabeus. Matatias morre mas, após a sua morte, um dos seus filhos, Judas (Yehudá), assume a liderança da revolta. Ao fim de poucos anos, conseguem libertar Jerusalém e purificar/re-dedicar o Templo.

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